terça-feira, 5 de novembro de 2013

Hoje

                                          Hoje

 

"Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver."

 

                                     Dalai Lama

 




      É de fulcral importância, que vivamos o “ hoje “, especialmente o “ Aqui e  o Agora “, de certeza que o leitor já se deparou em vários momentos da sua vida, em que os seus pensamentos deambulavam, pelo passado, ou então um pouco mais à frente no futuro (fictício e ilusório). 
   Imagine a hipotética situação, o leitor ao deslocar-se ao longo do um percurso, assim  como por exemplo, do seu local de trabalho para casa, ao longo do qual, os seu pensamentos alternavam entre o passado e o futuro, mas no momento em que finalmente chega a casa, tem a sensação de que acordou naquele isato instante, para a vida, nem se apercebeu do ambiente que o envolvia ao longo desse trajeto, como o cantar dos pássaros, o trânsito, e muito menos as sensações que ficaram por experimentar como o calor, o frio, as cores da vida e tudo o resto, dando sempre uma voltinha pelas memórias relacionadas com os locais por onde passou.

      Na nossa infância “vivemos” o “agora”, com uma grande intensidade, e porquê? - porque a bem dizer não temos memórias formadas e é tudo novo, vivemos intensamente cada momento presente, com o passar dos anos deixamos de viver a essa vida focada naquilo que nos envolve no momento presente, passamos a viver apenas as nossas memórias. Então, na realidade o que acontece é que na idade adulta desaprendemos a viver como deveria de ser, passamos a viver as angustias do passado e as ansiedades do futuro. Um grande conselho que eu dou é: - observe as crianças e reaprenda porque é que elas são tão felizes.

      Quero lançar um desafio para o nosso leitor: experimente durante cinco minutos se focar no presente, no ambiente à sua volta, todas as sensações que experimenta no seu corpo utilizando os cinco sentidos, pois é parece que já não os utilizamos conscientemente de certeza que vai ficar maravilhado com o que a vida tem para lhe dar. Viva a Vida no presente.

     Desde os tempos antigos que os mestres espirituais de todas as tradições apontam para o Agora como sendo a chave para a dimensão espiritual. Não obstante, parece que tal continua a ser um segredo. Não é de certeza ensinado nas igrejas nem nos templos. Se você frequentar uma igreja, poderá ouvir leituras dos Evangelhos tais como "Não penses no amanhã; pois o amanhã pensará por si próprio", ou "Ninguém que ponha as mãos no arado e olhe para trás é digno do Reino de Deus". Ou poderá ouvir a passagem sobre os lírios do campo que não se mostram ansiosos pelo amanhã, mas vivem à vontade no Agora intemporal e dos quais Deus toma conta. A profundidade e a natureza radical desses ensinamentos não são reconhecidas. Ninguém parece compreender que se destinam a ser vividas e a proporcionar assim uma transformação interior.

      O Agora também é fulcral nos ensinamentos Sufis, o ramo místico do Islão. Os Sufis têm um ditado: "O Sufi é filho do tempo presente." E Rumi, grande poeta e mestre Sufi, declara: "O passado e o futuro impedem-nos de ver Deus; queima-os a ambos com fogo."

      Há um romance de Aldous Huxley, intitulado Island, escrito nos seus últimos anos de vida, quando ele começou a interessar-se pelos ensinamentos espirituais. Conta a história de um homem naufragado numa ilha distante, isolada do resto do mundo. Nessa ilha há uma civilização invulgar. Tem ela de extraordinário que os seus habitantes, ao contrário dos do resto do mundo, são realmente sensatos. A primeira coisa que o homem nota são papagaios multicolores, empoleirados nas árvores, que parecem estar constantemente a recitar as palavras "Atenção. Aqui e Agora. Atenção. Aqui e Agora". Mais à frente, ficamos a saber que foram os ilhéus quem lhes ensinou essas palavras a fim de se lembrarem sempre de estar presentes.
Por isso, sempre que sentir que a negatividade está a surgir dentro de si, seja ela provocada por algum factor externo, por algum pensamento, ou até mesmo por nada de especial, encare-a como uma voz que lhe diz "Atenção. Aqui e Agora. Acorda".

Agradecia que comentassem aqui e Agora.

António Santos

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